Princesas que não farão parte da Disney

By Isabela Bender - 17:23:00


Começaremos com a Wu Zetian, a primeira e única mulher que foi imperadora da China. Na imagem, podemos vê-la envenenando a sua filha. Acreditam que, ao invés do envenenamento, ela possa ter estrangulado o bebê, mas tanto faz, já que tudo culmina na morte da criança. Tudo isso pra culpar a rainha na época, e pegar o lugar dela. Deu certo: A rainha foi culpada e executada.

Daí, ela começou a eliminar todas as pessoas que queriam o trono. Parece que ela gostava bastante de veneno. Quando ela consolidou mais seu poder, mandava prender pessoas opositoras ou pretendes do trono e fazia com que elas tomassem veneno na sua frente. Digamos que era um suicídio assistido hehehe. Quando o imperador morreu, um dos filhos dela assumiu (era tipo rei e rainha), e passou a ignorar ela. Ela ficou puta, e depois fez a mesma coisa com ele, forçando-o a tomar veneno na frente dela. 



Então ela fez o filho mais novo assumir o cargo, e trancou ele em um quarto, pra que, na prática, ela comandasse sozinha tudo. Em um ano, ela destruiu 15 linhagens de famílias que poderiam, um dia, assumir o trono. Agora, só pra explicar: Ela precisa acusar alguém de alguma coisa pra não ser tida apenas como uma maluca tirana que matava seus desafeto. O que ela fazia? Escrevia cartas anônimas com acusações que revelavam supostos planos de derrubar o governo dela. Aí ela largava no palácio, um dos guardas achava e entregava pra ela. Ela então matava as pessoas com base nessas acusações.

Ela também tinha uma larga rede de espiões e agentes. Se ela não gostasse mesmo de você, era bom ir se preparando pra tortura do porco: Seus braços e pernas, bem como a sua língua, eram arrancados. Guardas enfiavam comida na sua boca pra te manter vivo, e você seria largado com seus excrementos em um quarto vazio. Que delícia, hein?

Ela nunca casou de novo, mas transava com um monge budista e mais dois carinhas lá. 





Nzinga Mbande, princesa do século 17 do que agora é a Angola. Ela começou sua vida política quando o pessoal de lá tava lutando contra a invasão dos portugueses. O irmão dele não era um cara muito bom em liderar guerras, e assim que assumiu o trono, os portugueses jogaram ele na cadeia. Ela se tornou rainha do bagulho, e quis um encontro com os portugueses, pra pedir o irmão de volta e a retirada das tropas deles de lá. No encontro, os portugueses não deixaram lugar nenhum pra ela sentar.

Como resposta, ela pediu pra um dos servos dela ficar de quatro, pra que ela pudesse sentar. Depois que a negociação terminou, ela cortou o pescoço do servo na frente de todo mundo, alegando que a princesa de Ndongo não senta na mesma cadeira duas vezes (eita porra). Os portugueses concordaram em deixar o irmão dela sair.

Quando o irmão dela voltou, ela o matou enquanto ele dormia pra assumir o trono - Se você quer fazer algo do jeito certo, faça você mesmo - Daí, ela foi pro sul e conquistou o território de uma tribo de canibais malucos conhecida como Jaga, transformou eles em escravos e começou uma guerra com os portugueses que durou 35 anos.

Os rumores dizem que, depois dela matar o irmão, comeu o coração dele pra absorver a sua energia. Como um ritual pré-batalha, diziam que ela matava escravos e bebia o sangue deles. Muitos historiadores aceitam que ela mantinha 60 dos homens mais bonitos presos pra servir de escravos sexuais. Ela fazia eles lutarem até a morte pra ganharem o direito de dar umas pirocadas nela. Ela também vestia alguns deles como mulheres. Além disso, ela colocava muitas mulheres no exército dela. Depois de décadas lutando com os portugueses, eles ofereceram um acordo de paz. Existem muitas estátuas dela na Angola hoje em dia. Morreu com 80 anos.



Essa é uma rainha mitológica grega. Ela é conhecida, principalmente, por duas coisas: A primeira é que ela sentia a necessidade de transar com um touro. Mas não qualquer touro. Ela queria transar com o touro que Poseidon deu pro marido dela, o rei Minos. Era pro rei sacrificar o touro, mas ele decide ficar com o bicho. A necessidade foi uma sacanagem do Poseidon por causa do que o rei fez. Ele basicamente chegou pra mina e disse "cara, sabe o que é uma beleza na buceta? Pinto de touro". Ela pediu então pro inventor da côrte inventar uma armadura de vaca com um buraco pra ela fazer tipo no cavalo de Troia, só que pra dar pro touro. Aí depois de um tempo nasce o minotauro, e o inventor faz o labirinto e blá blá blá. 

A segunda coisa pela qual ela é conhecida é por arruinar a vida sexual do marido. Ela era uma bruxa poderosa também, e sabendo que o marido estava traindo ela, fez uma magia fazendo com que ele gozasse cobras, escorpiões e animais peçonhentos quando a traísse. Melhor não, né? Mas é só agora que a história começa a ficar estranha: A mãe do Minos, chamada Europa (sim, o continente leva o nome dela) teve praticamente a mesma história dela, olha como foi: Zeus tomou a forma de um touro, levou ela pra uma ilha e transou com ela. Ela teve três filhos dessa foda, um deles foi o Minos. Embora as semelhanças, ela não fez nenhuma magia pra sair serpentes do pinto de Zeus.

Por que essa coincidência? Historiadores dizem que a versão da mãe do Minos é a visão do reino de Minos da coisa, e a versão do minotauro é a visão grega. Quando os gregos dominaram lá, eles simplesmente reescreveram a mitologia inteira do lugar. Ao invés da Pasiphae ser uma mulher poderosa, era só uma maluca depravada e bruxa. Foi o jeito deles de sujar a história do lugar e fazer com que a cultura grega fosse mais atraente. Zoado.


Foi a primeira mulher a ser condecorada com a medalha "Herói da União Soviética". Durante a segunda guerra, o seu marido, que era oficial do exército, foi morto em combate. Em resposta, ela vendeu praticamente todos os seus pertences pra comprar um tanque de guerra. Então ela escreveu uma carta pro Stalin com os seguintes dizeres:

"Meu marido foi morto em combate defendendo a pátria-mãe. Quero me vingar dos cães fascistas pela morte dele e pelas mortes do povo soviético torturados pelos bárbaros fascistas. Com esse propósito, eu depositei todos os meus bens - 50.000 rublos - no banco nacional com o objetivo de comprar um tanque. Eu gentilmente peço que o nome do tanque seja "Namorada guerreira" e que eu seja mandada pra primeira linha de ataque do exército".

Stalin respondeu bem rápido atendendo ao pedido dela. Inicialmente, o exército não botava muita fé nas habilidades dela. Mas rapidamente ela demonstrou habilidades incríveis em dirigir o tanque, atirar e jogar granadas - coisa que ela aprendeu com o marido. Na sua primeira experiência com o tanque, ela matou aproximadamente 30 soldados nazistas e destruiu uma arma anti-tanques. Quando danificaram o canhão do tanque, ela saiu no meio do fogo cruzado, consertou, entrou de novo e matou mais gente.

Durante os combates, ela escreveu uma carta pra irmã detalhando a experiência na guerra. Disse ela: "Tive meu batismo no fogo. Venci os bastardos. Ás vezes estou tão nervosa que nem consigo respirar". No final, ela foi morta por um morteiro enquanto fazia uma de suas saídas no fogo cruzado pra consertar o tanque. Ela ganhou a medalha mais fodalhona da União Soviética e foi enterrada com todas as honrar em um dos cemitérios mais conhecidos de lá. 


Ela é a guerreira santa que foi a única a sobreviver na batalha de Khidrana. Ok...você ficou um pouco "???????" agora. Vamos explicar: Ela fazia parte dos Sikhs. Eles são constantemente confundidos com muçulmanos, não se depilam e usam turbantes. Eles eram sempre atacados sem motivo aparente, e uma das galeras que os atacou foi o império Mughal. Os Mughals eram os fodões da parada. O fundador do império, Babar, era descendente de Tamerlane, um cara conhecido por construir pirâmides com a caveira de seus inimigos, por parte de pai, e por parte de mãe, era descendente de Genghis Khan. Os Mughals, é claro, continuaram a tradição da linhagem de entrar nos lugares e foder com tudo.

De um lado, os Mughals eram muito militares, entravam com elefantes domesticados e treinados nas batalhas e fodiam com tudo. Do outro lado, avançaram muito na literatura, cultura e artes. Eles construíram o Taj Mahal, grandes bibliotecas e tinham um império multicultural. Pra saber o lado bom deles, cheque o império de Akbar, o grande. Foi o período mais pacífico e produtivo culturalmente pro império. 

Mas, infelizmente, quem estava no comando do império Mughal quando nossa história começa era um cara chamado Aurangzeb, que não era nem pacífico e nem sábio. Ele era particularmente agressivo quando aos Sikhs, por causa da religião e porque eles não aderiam ao sistema de castas. De fato, mulheres eram consideradas iguais aos homens pela lei dos Sikhs. Agora posso falar de Mai Bhago (meus bagos em indiano. Brincadeira). Ela vivia em uma pacífica cidade rural com os pais. Gostava muito do pai, e passava um tempão com ele. Graças a isso, aprendeu coisas que só o pai pode ensinar pra você: Como ser uma boa cidadã, montar em um cavalo e matar quem entrar no seu caminho. Tudo isso foi muito útil quando o líder dos Sikh, Guru Gobind Singh, fundou os Khalsa, ou guerreiros-santos.

O último guru antes dele - e veja, só existiram 10 gurus desses, e ele foi o décimo. Não é um sinal bom - foi executado pelo Aurangzeb quando ele tinha 9 anos. Ao invés de ficar de boa com o Aurangzeb e viver uma vida quietinha no canto dele, ele ordenou que seus seguidores abolissem o sistema de castas oficialmente e virassem guerreiros-santos pra foder com o malvadão.

Mai Bhago foi uma das primeiras a entrar na jogada. Os anos que se seguiram foram difíceis pros Sikh, com os Mughals atacando eles sem parar. Depois de meses protegendo fortalezas e se alimentando só de ervas porque o bagulho tava louco, quarenta dos guerreiros-santos desistiram e voltaram pra casa. Mai Bhago ficou puta. Ela foi pra todas as cidades e fez com que todas as mulheres negassem qualquer hospitalidade aos desertores. Ela ainda fez com que outras mulheres entrassem no lugar dos cu-frouxos. Se sentindo humilhados, os caras voltaram.

Ainda bem, porque na hora em que voltaram, os Mughals estavam planejando outro ataque. Não dá pra saber quantos soldados os Mughals tinham, já que a única fonte é deles, que fala em 10.000 soldados (o que é ridículo de acreditar, já que haviam apenas 41 guerreiros-santos). De qualquer forma, tinha bem mais deles do que Sikhs.

Em 29 de Dezembro de 1705, os 41 guerreiros-santos tiveram uma ótima estratégia pra batalha quase-já-perdida. 1) Eles cercaram um rio que era a única fonte de água em quilômetros. 2) Colocaram lençóis por cima de arbustos pra eles parecerem barracas. Quando os caras atacavam, eles apareciam de outros arbustos e matavam eles de surpresa. 3) Pegavam uma caralhada de areia e jogavam pra cima. Depois, saíam do local, e arqueiros atiravam um monte de flechas pro nada, gastando munição. Os Mughals, com sede e sem munição, desistiram. Todos os guerreiros-santos morreram, menos a nossa Mai Bhago. Ela se tornou guarda-costas do último guru vivo deles, e o protegeu até a velhice. Depois ela morreu de velha também. O império Mughal começou um declínio a partir daí e acabou desaparecendo no século seguinte. A religião dos Sikh continua forte hoje. Armas dela podem ser encontradas em um museu, e sua antiga casa foi transformada em um museu. Depois de seus feitos heróicos, o nome dela passou a ser Mai Bhago Kaur. "Kaur" significa princesa.

Mesmo ela não sendo maligna, com certeza não seria aceita pela Disney


Ela é uma das mais estranhas que vai aparecer aqui, uma figura mitológica nativa-americana. A donzela do milho aparece na história de várias tribos. Todas elas concordam em algumas coisas:

1) A donzela do milho era uma pessoa muito arrumada que começou a morar na tribo em questão.
2) De algum jeito, onde ela estava, o milho começava a crescer pra caralho e todo mundo ficava feliz.
3) Mas ela avisava: Nunca tentem saber como e nem porque isso acontece.
4) Um dia alguém seguiu ela pra ver qual era a fita, e pegava ela tirando milho da pele, no caso de lepra mais delicioso da história. Outras versões alegam que ela cagava milho pra caralho. Uma metralhadora anal de milho.

Nesse ponto da história, analisando todas as versões, duas coisas podiam acontecer:

1) A tribo expulsava a donzela do milho da cidade porque é nojento, mas aí eles ficavam sem milho, percebiam o erro e pediam desculpa; ou:
2) A tribo decidia matar ela por bruxaria e ela dizia "beleza, pode matar. E olha como eu sou legal: depois de morta, me arrasta pelo campo de milho que vai nascer em tudo quanto é lugar".

As variações dessa lenda são várias. Na tradição dos Arapaho, pra se livrarem dela eles amarram-a e jogaram-a no rio. No conto dos Zunis, ela não era expulsa, mas se assustava com o erotismo de dançarinos, fugia, e só era achada depois que um padre decide subir em uma árvore pra achá-la escondida embaixo de um pato no meio do oceano (??????????). Mas a versão absoluta da história da donzela do milho, sem sombra de dúvidas é a dos Tepecanos. Devido ao grande contato com culturas europeias, a versão dele ficou parecendo uma fanfiction hiperativa de um conto medieval. Vamos ver agora:

Um cara, vamos chamar ele de Mombaque, era preguiçoso e burro. Ele tava andando pela floresta e falou "Deus!" (sim, o cristão), "posso casar com ela?", e Deus falou "blz, mas não olha o rosto dela".  Então ele se casa com a donzela do milho, mesmo nunca tendo falado com ela. Quando ele está voltando pra casa, uma nuvem faz o formato do rosto dela. Ela dorme na casa dele, e quando ele acorda, o lugar tá cheio de milho. Que mistério!

A partir daí ocorrem um montão de merdas tragicômicas pra donzela de milho:

1) A mãe do Mombaque vai fazer tortas de milho, provoca um incêndio e a donzela de milho se queima também.
2) O Mombaque começa a trair ela com uma tartaruga. Talvez seja uma tartaruga humanoide, mas só pra dar risada eu prefiro acreditar que é uma tartaruga mesmo.
3) A tartaruga decide fazer bolo de milho, provoca um incêndio, e de novo, a donzela de milho é queimada. 
4) Mombaque trai de novo a donzela de milho, dessa vez com um corvo.
5) O corvo rouba uma quantidade de milho (a donzela já tá bem puta nesse ponto).
6) Ela foge do Mombaque
7) Mombaque fala pra Deus que foi um homem ruim e que agora vai ser bom. Deus fala pra donzela voltar, e ela obedece.
8) Ele fica curioso, e mesmo com Deus tendo mandado ele não olhar o rosto dela, ele olha e ela é bem bonita. Ele sem querer derruba a vela na cara dela, que é queimada. 
9) A donzela do milho foge.

Se você tá achando a história estranha, vai ficar mais ainda: Mombaque começa a procurar a donzela do milho no mundo inteiro, mas ninguém a viu, nem mesmo Deus. Ele consegue achá-la na cidade mágica de Merlin, onde o vento não sopra. Mas acontece que ela está presa, e ele mata um monte de guardas pra libertar ela junto com o seu companheiro Vento (uma versão antropomórfica do vento que está puta porque não pode soprar lá). Quando saem de lá, ela se transforma em milho e fala pro Mombaque pra voltar em um mês. Passam-se 15 dias, e ele se casa com um animal. No meio do casamento, ela aparece, leva ele pra Deus e diz que ele é um babaca. Deus percebe isso e transforma ele em um homem-vegetal, com a cabeça plantada no solo. Fim. Não sei qual é a moral dessa merda.


Lolita é o personagem que dá o nome ao livro "Lolita" (acho que essa foi a coisa mais genial que escrevi em vida), livro de Vladimir Nabokov. Nele, o personagem Humbert Humbert (um cara tão legal que tem o mesmo nome duas vezes) está viajando pela Nova Inglaterra (uma região no nordeste dos EUA) quando se depara, em uma pensão, com a Dolores, uma menina de 12 anos. Ele fica tão obcecado por ela que casa com a mãe dela pra se aproximar.

Depois que a mãe morre após ser atropelada depois de sair correndo na rua devido a um siricutico que teve em uma discussão com ele (fazendo que ele não precisasse por em prática seus planos pra matá-la e ficar com a Lolita, apelido de pedófilo que ele dá pra Dolores), eles começam a dar uns amassos e viajar pelo país numa leitura desconfortável porque é um cara transando com uma criança. Depois ela foge com um professor de sua antiga escola, ele come ela e tenta colocar ela num pornô. Anos depois ela se casa com um carinha lá, tem uns filhos e vive uma vida pobre, mas com o maridão que tem um emprego lixo. Ele então mata o professor que fez ela fugir, e vai pra cadeia. Aí escreve esse livro doentio. 

Não dá pra saber muito bem como ela é. Ele se diz um homem atraente e pá, mas se você analisar, é um pedófilo preso por assassinato que está narrando as coisas, ou seja, não dá pra confiar em nada. Já que as pessoas não queriam aceitar que leram e gostaram de um livro sobre pedofilia e complexos mentais, tentam fazer com que o livro tenha significados nas entrelinhas. Os mais comuns são esses:

1) É uma metáfora pro autoritarismo russo na visão do autoritário;
2) É uma metáfora pro declínio da moral americana;
3) É uma metáfora sobre o capitalismo (essa interpretação aparece em qualquer livro);
4) É uma metáfora sobre a liberdade sexual da mulher (????).

Embora a versão número 1 seja boa de se imaginar, é um livro sobre aquilo mesmo. Pedofilia. Claro que em todos esses livros ~~tragédia russa~~, eles exploram vários aspectos da experiência humana, incluindo seus complexos e dilemas morais, e um tema serve pra criar o campo gravitacional que une a história, como em Crime e castigo. Daria uma boa princesa Disney,


Nesse ponto da humanidade, muita gente sabe que as princesas Disney são versões fofas de princesas com histórias macabras. As irmãs da Cinderela deceparam os pés pra eles caberem nos sapatos. A pequena sereia comete suicídio. Mas algumas histórias são tão macabras que não dá pra fazer uma versão fofa. Conheça a Penta das mãos cortadas.

Penta cresceu na realeza, era irmã do rei. Quando a esposa do rei morreu, ele passou um bom tempo procurando por uma nova, mas não conseguia achar nenhuma com beleza igual, exceto pela Penta. Então, você já deve ter presumido, ele pensou "foda-se, eu sou o rei e incesto não é tão mau assim" e casou com ela.

Ela não gostou dessa história e tentou fazer com que ele desistisse de forma sutil. Perguntou pra ele qual parte dela mais o atraía. Ele respondeu "as mãos". Ela mandou então um servo cortar as mãos dela e entregar pra ele em uma bandeja. 

Ele nem ligou: Colocou ela num barquinho improvisado ou sei lá o quê e jogou ela no oceano. Ela ficou no mar um tempo, sem morrer, não sei como, por perda de sangue. Ela foi achada então por um pescador, mas a mulher do pescador ficou com inveja da beleza dela e jogou-a de novo no oceano. Ela acabou em outro reino e se tornou amiga da rainha porque ela cortava o cabelo dela com os pés. A rainha morreu pouco depois (aparentemente, nada relacionado com pés manejando uma tesoura perto da cara dela) e antes de morrer falou pro rei casar com a Penta, e assim foi. Depois, o rei foi navegar e ela teve um filho dele. Os servos mandaram a mensagem por mar, mas de algum jeito ela foi interceptada pela mulher invejosa do pescador. Ela mudou a mensagem de forma que ficasse algo como "rei, sua mulher pariu um cachorro". O rei ficou de boa, e escreveu uma carta de volta falando "olha, maneiro, gostei até, tudo bem". A mulher do pescador, onipresente, interceptou a mensagem e mudou ela pra "O quê!? Um cachorro!? Matem ela".

Os caras desconfiaram da carta, e ao invés de matar ela, baniram-a do reino. Ela acabou encontrando um mago que ficou impressionado com tanta bosta na biografia dela. Então ele teve uma ideia: Um campeonato mundial de história de merda. Quem tivesse a história mais merda ganhava o campeonato. Todos estavam convidados. Apareceu o irmão dela, que contou sua história. Apareceu o rei que casou com ela, que contou como perdeu o amor da vida dele por causa de uma mulher de um pescador invejosa, O rei planejava se cobrir de algo inflamável e se matar depois. Outras pessoas contaram suas histórias, mas o mago percebeu quem eram esses dois. Então ele faz uma magia pras mãos dela voltarem, e faz com que ela estrangule o irmão na frente de todo mundo.

Esse tipo de conto-de-fadas de mulher de mãos cortadas é tão comum que tem até uma classificação, um gênero próprio: Aarne-Thompson tipo 706B.


Amada é um livro que conta a história de uma escrava que foi libertada após a guerra civil em Kentucky chamada Sethe. Quando libertaram ela, seu bebê de dois anos ficaria em posse de seus antigos donos. Pra impedir isso, ela corta a garganta do filhão. Passam-se 10 anos, e ela está vivendo tranquilona, quando aparece uma bela e jovem mulher que aparenta estar confusa e sem casa. Essa é a Amada. A Amada começa a viver com a Sethe, e as pessoas começam a notar algumas semelhanças com a história de seu bebê morto. "Olha, essa Amada tem uma cicatriz na garganta e parece com você. Será que é o seu bebê que você cortou a garganta???".

A história se desenrola e mostra uma ex-escrava tentando viver e apagar seu passado mas aí aparece sua filha que ela tentou matar e fode tudo, a irmã dela tenta matar ela, coisa de família normal. Mas você nunca verá essa história na Disney.


Sita, de Ramayana. Pra quem não conhece, é basicamente como se o Tarantino tivesse feito o roteiro do Super Mario. O cara mau sequestra a princesa e o cara bom começa a matar qualquer um que tente impedir ele de resgatar ela. Ele mata o cara mau, resgata a princesa, legal, legal. 

Mas aí chega a parte final da história: O cara bom, chamado Rama, pergunta pros seus conselheiros o que as pessoas estão dizendo dele, e eles dizem que a galera tá feliz porque ele matou o cara mau, chamado Ravana. Ele não se conforma que todos amem ele e estejam felizes com seus feitos, e diz que alguém tem que não gostar dele. Os conselheiros falam de um certo cara que diz que a princesa (a nossa Sita) quis é transar com o Ravana. Então esse Rama fala "meu Deus, ninguém pode me ver com ela! Ela é uma vadia! Ei Sita, cola aqui. Vai viver na floresta".

Então ela vai pra floresta, grávida e com os filhos. Anos depois o Sita tá dando uma festa e aparecem uns caras que dizem que são filhos dele e que ela está viva na floresta. Ele então diz que se sente culpado e que é pra trazer ela pra lá. Ela aparece e diz: "Deus! Se eu NÃO transei com o cara, que a terra se abra e todo mundo morra". Então a Terra se abre, um monte de lava-quente toma o lugar e plau, todo mundo morre. Fim.


Fredegund era uma rainha do século 6 com certa inclinação a estrangular pessoas. Ela é conhecida por ter torturado a mãe, que tinha uns 60 e poucos anos, antes de fazer cavalos partirem ela no meio puxando o corpo dela com cordas um pra cada lado. 

Ela tinha uma filha, Rigunth, e essa filha queria um dia ser rainha. A Fredegund, então, mandou ela pegar alguma joia no baú, já que uma futura rainha não pode ficar sem joias. Quando a filha colocou a cabeça no baú, ela fechou com tudo e quebrou o pescoço dela. 


Hatshepsut, como você vai ver, foi a maior e mais da hora faraó da história. Graças a um esforço muito forte de seus sucessores pra apagar a história dela das mentes das pessoas, não há problema se você não conhece essa fodalhona. Ela foi redescoberta recentemente, porque na época dela houve um grande avanço na arquitetura, artes, blablabla, a ponto de todos os grandes museus do mundo terem alguma coisa dela. Isso levou aos historiadores perceberem que era tudo da mesma época e foram atrás da história apagada. 

Ela reinou durante 22 anos, 1.500 anos antes de Cristo. Pra entrar no posto de faraó, ela se fingiu de homem, disse que os deuses falaram que ela tinha que ser faraó, espalhou o rumor pela cidade, falou que ela tinha nascido numa toca de leão, e quanto ela tomou o posto revelou que era mulher, governou e foda-se. Foi com ela que o povo de lá teve avanço pra caralho. Ela foi melhor que qualquer outro faraó. Mas não veremos ela na Disney.



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0 comentarios

Oi gente !! Então primeiramente bem-vindos ao novidades !! E agora o assunto > comentários ! Bem uma coisa que eu amo é gente que comenta (#amo) Bem mas tive que colocar essas regrinhas , pois tava tendo uns comentários muito sem noção !! Então vamos lá :

-Explicar as frases com duplo sentido
-Sem xingamentos com as autoras
-Pode falar mal (faze o que ) mas sem exageros


ps : todos os comentários são respondidos , e cada autora tem um jeito diferente de responder !

Então é isso !

-IsabelaB